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A CIDADE É A FILHA DA QUAL TODOS SOMOS PAIS E MÃES

A CIDADE É A FILHA DA QUAL TODOS SOMOS PAIS E MÃES
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Em reunião ocorrida na 2ª Vara Cível de Caruaru, em 10 de dezembro, foi determinado pelo Juiz José Adelmo que os comerciantes que possuem barracas nos pontos de ônibus da Estação Ferroviária, em Caruaru, terão o prazo até 31 de janeiro de 2020 para deixarem o local.

Por que essa reviravolta processual causa tanta estranheza e até certa revolta? É visto e defendido o ponto de vista dos comerciantes ou os benefícios para a cidade também são postos na mesa pela população? Ora, a cidade vive! A cidade respira. A cidade precisa de alimento, de limpeza e de diversos cuidados. A cidade é um ser vivo, que nasce, cresce, cresce, cresce, mas nunca morre.

Uma sociedade não se faz apenas pelo Poder Público. Jamais! A sociedade é formada por cada cidadão e cidadã que vive nela e que a transforma dia após dia. E é nessa sociedade que nossas urbes estão inseridas. Ou seja, somos nós, acima de tudo, que a formamos e a transformamos diariamente; é a questão cultural, acima de tudo, o tempero principal dessa receita chamada cidade.

É nas mãos do Município que está a tarefa de administrar os principais meios de organizar uma cidade, mas, de que adianta o Poder Público organizar uma coleta de lixo descente se eu, como cidadão, não cumpro o meu dever de colocar o lixo do lado de fora no horário adequado ou se eu me calo quando meu vizinho assim não o faz?

Isso tem ficado muito evidente em Caruaru devido às questões dos ambulantes do centro e das barracas em torno da Estação. Entretanto, muito se especula, muito se reclama, muito se teoriza, mas a principal pergunta nunca é feita pelos envolvidos: qual é o meu papel nesta organização promovida pelo Município na organização da cidade em que moro?

Perceba que não é intenção de nenhum gestor municipal prejudicar quem está ali buscando seu pão de cada dia e o da sua família, pelo contrário! É justamente pensando nisso que alternativas foram – e ainda serão – dadas pela Gestão Municipal. Acontece que, como todo ser vivo, a cidade é um sistema unificado. Além de esquecerem o seu papel na manutenção da organização da cidade, a sociedade como um todo parece esquecer que o a Gestão do Município de Caruaru – assim como a de todo Município brasileiro - possui o dever de estabelecer e propor metas de composição e estruturação da urbe.

                Como se não bastasse organizar o que já existe, lembro a você, caro leitor, o que disse no início desse texto: a cidade cresce, cresce e cresce, sem nunca morrer. Esse crescimento acontece não só estimulado pelo Poder Público – como é o caso da revitalização do Centro – como também incentivado pelo setor privado – como é o caso do empreendimento iminente ao lado da estação ferroviária – cabendo à Municipalidade propor medidas de não só arranjar as mudanças, mas de permitir a todos nós nos adequarmos a estas mudanças naturalmente necessárias.

Entenda que toda mudança traz insegurança e estranheza, mas ela acontece e sempre vai acontecer independente de qualquer vontade, restando a todos nós, inclusive à Prefeitura, a adaptação. Afinal, todo ser vivo demanda suas carências e possibilidade de crescimento. Cuidar de nossa cidade, mais que nosso dever, é nossa necessidade, afinal, é nela que estamos inseridos, é ela que dita nossos modos de vida, e é com ela que temos que nascer, crescer e permitir que continue existindo para as futuras gerações.

 

Pedro Henrique Laurentino da Silva

Advogado Imobiliário e Urbanista

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