Foto: Pandemia tende a promover um consumidor mais consciente/Foto: Pixabay
Pesquisa feita pela ӓnimӓ, empresa pernambucana de inteligência de marca, mostra que muita coisa vai mudar nas relações entre consumidores e produtos após a pandemia do coronavírus. Seja na relação com seu restaurante preferido, seja com seu desinfetante.
A pesquisa quantitativa foi feita entre os dias 20 e 24 de abril de 2020 em plataforma digital com 300 pernambucanos das classes A,B,C e D para entender os anseios e expectativas de consumo pós pandemia, especialmente de produtos de limpeza, higiene pessoal e alimentação.
“A pesquisa encontrou um consumidor mais cauteloso nos hábitos de convivência e em busca de segurança”, diz Fernando Lima, consultor de marcas, pesquisador de tendências de mercado e diretor fundador da änimä. Segundo ele, um dado chamou atenção: apenas 7% dos entrevistados querem, ao final da pandemia, viver a vida intensamente, comprando o que deseja, se divertindo e cuidando da aparência.
“Isso sugere que as pessoas estão adotando um comportamento muito introspectivo. Há uma tendência para o isolamento social”, analisa Lima. Neste sentido, muito negócios terão que ser repensados, a começar pelos grandes eventos.
Pelo que a pesquisa aponta, o despertar para uma novo real implica em saber como será a reação das pessoas aos grandes eventos, porque o trauma da pendemia pode demorar a se desfazer. “As empresas de bebidas, que tradicionalmente apoiam os grandes eventos, vão estar reticentes, e tendem a rever seus investimentos milionários em eventos como Carnaval, São João e outros de grandes proporções”, analisa.
Por outro lado, as marcas consolidadas terão muito mais chances de lançar novos produtos com sucesso, principalmente na área de limpeza e higiene pessoal. “O consumidor tende muito mais a acreditar numa marca que ele conhece, do que numa marca nova. E isso vai ser muito forte agora”, diz.
Outro ponto é a forma de comunicar. Há, segundo Lima, uma disposição de a marca ter que retornar à forma antiga de se apresentar, valorizando os seus atributos tangíveis. “Aquele tipo de linguagem onde se valorizava coisas como ‘este produto elimina germes e bactérias’, voltará a ter valor. E os rótulos técnicos, verão as letras miúdas crescerem”, diz, referindo-se à um maior interesse pela composição e função dos produtos.
Do mesmo modo, restaurantes, principalmente os self-service, terão que repensar seu modelo de negócios. “Há uma tendência para ambientes mais abertos e a segurança sanitária vai impor nova forma de apresentação da alimentação à venda nos restaurantes a quilo”.
“Até a descoberta da vacina, deve haver alternância de períodos de isolamento e socialização com distanciamento social. Para estar na rua, as pessoas vão querer se sentir seguras e as marcas precisam considerar isto”, diz Lima.
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