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Demanda por etanol cai 40% e Sindaçúcar pede urgente revisão na agenda regulatória

Demanda por etanol cai 40% e Sindaçúcar pede urgente revisão na agenda regulatória

Foto: “A venda direta está madura e oferece mais uma alternativa. Não temos intenção de deixar de vender para distribuidoras”, explica Renato Cunha/Foto: divulgação

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Os produtores de etanol aparentemente escaparam da crise do coronavírus. Quando a quarentena foi imposta, as usinas já haviam encerrado a moagem da cana-de-açúcar e a produção bateu 12,5 milhões de toneladas. No entanto, o isolamento da população levou a uma queda de demanda de mais de 40% nos combustíveis veiculares, segundo o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar).

Há tempos, os empresários pedem um maior dinamismo na agenda regulatória. “Estamos muito preocupados com a demanda atual. Como conseguir enfrentar essa agenda sem mecanismos de apoio. Se os mecanismos estivessem funcionando, iríamos dispor de outras ferramentas para enfrentar esta crise”, ressalta o presidente do Sindaçúcar, Renato Cunha. Ele se refere a alocação de financiamentos de estocagem, além  de outras medidas “saneadoras de falhas de mercado”.

Entenda-se por falhas, por exemplo, o impedimento dos postos bandeirados comprar de outros fornecedores. Ou a permissão para os produtores venderem direto aos postos. “Tudo de forma alternativa e complementar. Se isso não ocorrer, o Brasil terá imensas e irremediáveis sequelas que prejudicarão de forma irreversível o abastecimento  dos combustíveis limpos no país, principalmente em seus abastecimentos regionais”.

A avalição do setor é de que se o posto bandeirado ganhar flexibilização para poder comprar de outros fornecedores, haverá mais competitividade nos preços – hoje impostos pelo fornecedor oficial. “A venda direta está madura e oferece mais uma alternativa. Não temos intenção de deixar de vender para distribuidoras”, explica.

Outra queixa é sobre a formação compulsória de estoques para o produtor. “O governo nos obriga a fazer estoques, mesmo num mercado comprador, o que nos gera custos desnecessários, e no mesmo momento libera a entrada do álcool importando, que não é obrigado a ser estocado”, diz.

Cunha diz que a Agência Nacional de Petróleo (ANP), em vez de fazer imposições ao setor que elevam burocracia e custos, deveria estar defendendo o produtor junto aos bancos oficiais, para que haja mais oferta de crédito a juros competitivos. “Hoje, há dinheiro empoçado nos bancos, mas eles preferem dar para o governo, não botam na produção. Estamos na entressafra, mas temos que fazer o trato da cana para a próxima safra. E o que vemos é a ANP interferindo nas relações comerciais entre postos e fornecedores”.

Cunha defende a revisão de normas que formulem políticas para o equilíbrio produtivo junto ao executivo e que acarretem fluxos de vendas com segurança, mas também com senso de urgência. “Os aperfeiçoamentos são necessários nos modelos que envolvem produção, distribuição e varejo nos biocombustíveis em todo o país. Nossa disposição é colaborar e defendemos que haja um gabinete de formulações de políticas na Agenda dos Biocombustíveis”. De acordo com o presidente do Sindaçúcar, o senso de urgência nessa crise pode manter mais de 300 mil empregos diretos só no Nordeste e cerca de 1 milhão no país.

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