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Feira de Caruaru pode sair mais forte da crise

Feira de Caruaru pode sair mais forte da crise
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No contexto de uma economia globalizada, e sendo Caruaru um importante polo regional de comércio, serviços e indústrias, os efeitos econômicos causados pela pandemia da corona vírus, também impactaram negativamente a economia da cidade.

Em um primeiro momento, as atividades econômicas que concentram aglomerados e intensos fluxos de pessoas foram paralisadas, incluindo as feiras de confecções.

Durante cerca de quatro meses as feiras tiveram que se adaptar ao “novo normal”. Essa adaptação se concentrou no uso de tecnologias móveis. Plataformas de atendimento, mensagens, sites de vendas e redes sociais, foram adotadas e utilizadas com maior intensidade por comerciantes e clientes. Isso possibilitou a manutenção das atividades.

A prefeitura municipal de Caruaru desenvolveu a plataforma, Delivery Caruaru, que no mês de maio já contava com 990 empresas cadastradas, 303 entregadores, e um volume de vendas de 649.200. O volume financeiro foi de R$ 19.453,191,49 no mês de maio.

Diversificação e oportunidade

O avanço da pandemia e ausência de equipamentos de proteção individual – EPI’s, empreendedores do setor de confecções adaptaram a produção para atender a demanda crescente no país. Oportunidade ampliada em um contexto de restrições no comércio internacional, principalmente de produtos chineses e de alta demanda global.

Estimativa que, durante o período, mais de 2 milhão de máscaras foram confeccionadas. Esse processo contou com a atuação do governo do Estado em coordenar o processo de aquisição desses produtos. Segundo o Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções (NTCPE), cerca de 100 micros e pequenas empresas são fornecedoras ao Estado e geram mais de 2 mil empregos diretos.

Auxílio emergencial

Durante a pandemia houve uma aceleração do desemprego, só no mês de abril houve um saldo negativo de -1.783 postos desativados, segundo dados do Caged.

Apesar da forte queda no emprego, o auxílio emergencial contribuiu para compensar a perda de fluxo de renda na região. Durante as três primeiras parcelas do Auxílio emergencial, Caruaru recebeu mais de R$ 259 milhões, e esse valor pode chegar a mais de R$ 350 milhões ao fim da quinta parcela.

Por se tratar de um complemento de renda direto às camadas mais vulneráveis e de menor renda, esses recursos podem ter sido direcionados em um primeiro momento para o consumo básico (alimentação e habitação), mas em alguns casos, como o valores de R$ 600,00 ou R$ 1.200,00 superam a renda média de muitas famílias, há fortes indicativos de que houve também um direcionamento para o consumo de bens semiduráveis, como vestuário e calçados. Favorecendo o polo de confecções da região.

Pós-Pandemia

Com sinais de possíveis vacinas e controle sanitário na região, foi emitido decreto do Governo de Pernambuco que liberou o funcionamento do Polo de Confecções do Agreste, a Feira da Sulanca, em Caruaru, abriu regularmente a partir do dia 10 de agosto.

Estimativa da secretaria de Serviços Públicos,  é de que, cerca de 70% dos comerciantes voltaram às atividades no parque 18 de maio.

Além das incertezas em relação a fatores econômicos e também sanitários, o polo de confecção do agreste terá pela frente o desafio de se adaptar à competitividade global, que ficou mais evidente durante o período de pandemia. Mas é um cenário também de oportunidades, com adaptação do mercado informal para atender a demandas do setor público e de exportação.

Investimentos em tecnologia e produtividade também devem ser acelerados para aumentar o nível de competitividade da economia regional. Desde o processo de produção ao de vendas.

Projetos importantes estão em fase de expansão e adaptação, como por exemplo, a parceria entre a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (ADDiper) e Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic) que desenvolveram em 2019 uma plataforma B2B (Business to Business) de e-commerce.

Dados apresentados, mostram que em 2020 era esperados uma movimentação de R$ 40 milhões em negócios, pela plataforma. Entre as funcionalidades e possibilidades, estão, banco de dados aliado a inteligência de mercado, relacionamento mais eficaz e eficiente com clientes, e crescimento em vendas em torno de 20%, nos seis primeiros meses de atuação.

Outro empreendimento executado durante a pandemia, com potencial de contribuir com o desenvolvimento regional, foi a parceria entre a Prefeitura de Caruaru e o Magazine Luiza. Que pretender inserir a feira da cidade para o ambiente virtual, através de um marketplace, o ‘Na Feira de Caruaru’ (www.nafeiradecaruaru.com).

Essa parceria é bem avaliada levando em consideração a principal parceira, A Magazine Luiza, maior rede varejista do país, sendo seu principal diferencial competitivo,  as plataformas digital (site e app), e considerada uma das maiores globais do setor, comvalor de mercado em torno de R$ 100 bilhões.

Estes fatores podem contribuir para o avanço do polo de confecção e das feiras, que tem forte potencial para sair mais forte e competitivo no pós-pandemia.

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