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Jornalista relata drama de contrair a Covid-19

Jornalista relata drama de contrair a Covid-19

Foto: Jovem Pan

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O jornalista José Maria Trindade, repórter e comentarista de política na Jovem Pan, testou positivo para a Covid-19 e escreveu sobre o que é contrair a doença. “O diagnóstico me atingiu como um petardo. Eu sabia desta possibilidade, mas quando o exame é apresentado à sua frente com o ‘detectado’ um filme passa na sua cabeça. Dançou, virou estatística e agora é torcer para não progredir no calvário dos que acabam com sintomas graves”, relatou o jornalista.

O relato segue: Pesa sobre sua cabeça a possibilidade de infectar alguém que não resistirá aos sintomas e, neste caso, você se transformaria num portador da sentença de morte. A realidade se impõe e os noticiários noturnos da TV te assustam. Mais de 1.000 mortes por dia, mais de 2 milhões de infectados e os nomes e as caras dos que não resistiram. Esta realidade te assusta e um estado de desamparo grande, mas te leva para a realidade da doença. Um dia depois do outro.

“Diferente do que imaginava, no pós-Covid não fica a impressão de invencibilidade. A incerteza sobre a imunização me leva a ter muito mais cuidado para não passar novamente por todo o processo”, contou Trindade e acrescentou: “Tenho um filho médico que está na linha de frente atendendo emergência lotada de infectados. É a nova realidade do atendimento médico. Um garoto no primeiro semestre de profissão e já na batalha que vai marcar a sua vida para sempre. Os relatos são assustadores e me fazem ver que fui um privilegiado e os sintomas pesados para mim, na verdade, são leves e não mereceram internação”,

 

O jornalista continua: “O vírus está circulando, fazendo vítima e não indica ainda que está de partida. No meio deste sentimento, de que passei mais um degrau, mais um dia e agora distante da possibilidade de recrudescimento, recebo o telefonema que mais temia, o meu filho, médico, conhecedor das possibilidades do perigo destrutivo do vírus avisa que está positivo, com sintomas, e que não dormiu bem”,

Segundo ele, saber do filho com Covid-19 foi a pior parte. “Ele estava indo para o hospital com falta de ar, cansaço e sinais de que o pulmão foi comprometido. Ele sabia do que estava falando. Foi o pior momento de todo o processo. Senti um baque, e não poderia, como antes, correr com o meu filho para o hospital. Ele foi sozinho, o pulmão 25% comprometido, sintomas clássico, mas sem internação. Um alívio, mais uma vez sobrevivemos a esta ameaça que estacionou sobre os destinos recentes da humanidade. A lição é de que não devemos nos desanimar, mas desdenhar os perigos da pandemia é uma ingenuidade”, finalizou Trindade.

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