Pernambuco fez venda adicional de açúcar para os EUA

Em meio à pandemia do coronavírus, quarentena e crise econômica, uma notícia anima o setor sucroalcooleiro do Norte e Nordeste: a compra adicional de açúcar pelos Estados Unidos. E Pernambuco se prepara para enviar ao país norte-americano a remessa de aproximadamente 20 mil toneladas. O anúncio foi feito pelo Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), que também anunciou uma taxa de imposto reduzida a quase zero até 30 de setembro de 2020.

Há escassez de açúcar no mundo e os Estados Unidos estão repondo seus estoques de forma estratégica. Eles anunciaram a compra adicional de 64 mil toneladas do produto brasileiro. “O Brasil é o país, entre os 26 exportadores, que recebeu a maior cota. Na segunda posição está a Austrália, com 37 mil toneladas”, disse o cônsul geral dos Estados Unidos no Recife, John Barrett, acrescentando que isso corresponde a cinco vezes a quantidade média dos outros países . Para o cônsul, isso reflete bom momento nas relações comerciais entre as nações.

Barrertt revela que 55% do que o Brasil exporta no setor agrícola para os Estados Unidos têm valor agregado. A China, que é outro grande comprador dos produtos agrícolas nacionais,  não recebe mais que 4% de itens com valor agregado. “Estamos comprando produtos mais elaborados e sofisticados do Brasil”, ressalta.

O presidente do Sindicato do Açúcar e do Álcool de Pernambuco, Renato Cunha, explica que, anualmente, os americanos compram açúcar nacional do Norte e Nordeste. Em junho passado, a cota originária para diversos países foi de  1.117.000 toneladas. A cota-parte do Brasil ficou em 150 mil toneladas. Além desta aquisição, houve mais duas extras. Esta última de 64 mil toneladas.

Com a nova remessa, o Brasil atinge o novo total de mais de 230.000 toneladas de exportação de açúcar, com um valor estimado de quase US$ 100 milhões. A aquisição beneficia 25 mil produtores de cana-de-açúcar no Nordeste do Brasil. A indústria açucareira brasileira sustenta cerca de 1 milhão de empregos diretos, dos quais 330 mil são do Nordeste.

“Os norte-americanos precisam reforçar seus estoques. Eles acompanham bem de perto a relação entre estoque e consumo e se este último cai, eles logo partem para repor. E o Brasil, em geral, sempre se destaca como líder em vendas pelas suas condições técnicas”, analisa Cunha.

A lei brasileira determina que, por questões socio econômicas a venda para o mercado preferencial seja feita pelos estados do Norte e Nordeste. O açúcar do Nordeste que seguirá para os Estados Unidos seguirá em navios graneleiros, que partirão dos portos do Recife e Maceió. Até setembro a carga será embarcada.

Embaixador Todd Chapman declarou: “Estou feliz por podermos avançar nossa parceria agrícola, oferecendo mais oportunidades para os produtores de cana-de-açúcar dos estados do Nordeste e do Brasil”.