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Produção de couro para em Pernambuco

Produção de couro para em Pernambuco

Foto: Sem acesso a lojas ou mercado externo, setor trava/Foto: Pixabay

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A pandemia do coronavírus lançou o setor do couro na sua pior fase, desde a Grande Depressão, em 1929. Fechamento de lojas, queda das exportações, principalmente para a Itália e a China (maiores compradores do couro brasileiro), e a paralisação da indústria de estofamento automotivo e dos fabricantes de calçados e artefatos refletem diretamente na produção.

De acordo com o tesoureiro do Sindicato do Couro de Pernambuco (Sindicouro – PE), Rafael Coelho, 98% das empresas ligadas ao setor coureiro calçadista estão paradas e o impacto tem sido muito forte. “É impossível calcular os prejuízos no momento, mas a crise é grande e há ameaça de desemprego de dezenas de milhares de trabalhadores entre o setor curtidor e o calçadista”, ressaltou.

Para Rafael Coelho, que também é diretor do Curtume Moderno, em Petrolina, a recuperação do setor está diretamente vinculada à abertura das lojas no Brasil e no exterior, que atuam como canais de distribuição das indústrias. “É preciso iniciar a modulação do fim da quarentena. Não é uma decisão fácil diante da gravidade, sobretudo pelas consequências do problema. Não gostaria de estar na posição de quem deve tomar essa decisão. Mas como todo grande problema, fatiar a responsabilidade seria uma boa forma de resolver”, sugeriu.

Coelho argumentou ainda que as decisões da quarentena estão sendo tomadas olhando os números das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Recife, Fortaleza - que têm características e riscos muito diferentes de cidades do interior. “É hora de flexibilizar a quarentena em cidades que não apresentam casos ou ainda com disponibilidade de leitos. E assim fazer com que parte do País volte a funcionar gradativamente, cuidando das pessoas idosas e de risco”, concluiu.

Segundo o presidente das Indústrias de Calçados do Estado de Pernambuco (Sindical-PE), Luiz Grimaldi, o problema maior do setor é o alto índice de valor agregado das matérias-primas e os efeitos dos impostos sobre elas. “Se já era uma dificuldade antes dessa crise, agora, é ainda mais, porque os produtos ficam mais caros e sofrem com a falta de demanda”, analisou.

O empresário Rubem Martins, proprietário da marca Dona Rosa contabiliza os danos e refaz estratégias para salvar a empresa familiar e os empregos. “Estamos totalmente parados e essa é a primeira vez que damos férias coletivas aos funcionários nos últimos 15 anos, o que tem repercutido numa queda de 100% do faturamento, já que a produção e vendas estão totalmente paradas”.

“Torço para que a atividade produtiva volte o mais rápido possível, pois o nosso segmento será um dos últimos a sentir as melhoras, pois lida com bens não essenciais a vida humana. Então, quanto mais rápido, melhor”, comentou.

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