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"TEMPLO DE ALUGUEL" SEGUE EM CARTAZ ATÉ AGOSTO, NO SESC CARUARU

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Trago aqui uma excelente notícia para o público que ama “culturar”. Foi prorrogada até 10 de agosto a Exposição Templo de Aluguel, da artista Pepa Aleixo. A atração está em cartaz na Galeria Mestre Galdino, no Sesc Caruaru e é uma instalação e performance onde a artista remonta seu cotidiano através de um conjunto de obras. A visitação acontece de segunda a sexta-feira, das 15 às 18h e das 19 às 22h. Pepa Leva para dentro do local expositivo um quarto, uma sala, um ateliê e um expositor de vendas, propondo uma reflexão sobre corpo, devoção artística e religare. Trata-se de uma analogia entre os templos religiosos e o nosso templo interno que é nossa casa interior.

A artista reflexiva faz uma provocação ao público ao considerar tudo o que foi vivenciado, ou não, durante a pandemia da Covid-19. “Templo, quarto, sala ou ateliê? O que é um templo, qual é o nosso religare? Essas são perguntas que alguns de nós voltados ao ofício artístico e que num todo em geral em seus ofícios, fizemos em dois anos confinados. Nosso quarto/casa/ateliê virou nosso sagrado e profano. No fazer artístico, no viver no existir e no expor, aprendemos a montar uma rotina existencial para sobreviver ao perigo que nos rondava, a casa virou uma caverna, hostil ou acolhedora. O ethos foi extinto, mas o instinto de sobrevivência nos trouxe para um autoconhecimento desesperado como se voltar pra dentro fosse a única saída. Findo esse momento, a necessidade do êxtase do conectar-se ao outro se faz urgente, o alter-conhecimento  do compartilhar o eu com o outro. Nosso caos interno, nossa bagagem interna jogada no meio de espaços onde vários eus transitam, entra e invade, ora, se estamos de passagem somos locatários e locadores de nossa existência. O oficio artístico de ceramista ou pintora é solitário, único e silencioso. Só o barulho de suas ferramentas e caos interno”.  

Na instalação Templo de Aluguel,  vemos dividindo o espaço do quarto, os trabalhos artísticos produzidos pela artista Pepa Aleixo, 43 anos, caruaruense, a proposta de trazer seu templo interno para ser apreciado e tocado por todos em sua presença como ato performático. Não é uma mera analogia, essa interação de toque é um convite ao visitante, para que se deite na cama, que pegue nos seus trabalhos, nos seus pertences e até os compre.  Cumprindo assim um papel inovador que é o visitante participar como ator/performance ativo da instalação. O templo/quarto, aconchegante, hostil,  interno,  mutável, como nós mesmos somos, mutantes e cheios de preciosidades artísticas.

 Utilitários, decorativos, pinturas e desenhos, feitos em seu ateliê no Alto do Moura, onde residiu e trabalhou durante 10 anos, cacarecos sem sentido para uns, porem partes de series de seus estudos que a acompanham ao longo desse tempo. Apresentar os objetos cerâmicos “ditos” de arte popular dentro de um contexto de arte contemporânea é uma proposta da artista Pepa Aleixo, que traz em seu fazer a intersecção destas modalidades artísticas.

Na verdade, o público de Caruaru e Agreste está tendo uma excelente oportunidade de passear pelo “mundo interno” da artista, através de instalação, essa selecionada e montada primeiramente no Museu de Arte Moderna Aluisio Magalhães (MAMAM), na Rua da Aurora, no Recife – PE, em 2022. Também fez parte do 2° Salão de Beleza, projeto do artista pernambucano Izidoro Cavalcanti, que em sua provocação ironiza a ausência do Salão Oficial de Artes de Pernambuco.

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